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Este blog retrata a vida de uma mulher com SOP (Síndrome do Ovário Poliquístico) e a sua luta diária para engravidar
Hoje venho aqui contar-vos como foi o primeiro trimestre da minha gravidez. Pois bem, como engravidar foi muuuuuuito difícil e demoroso, este primeiro trimestre foi vivido com muita cautela e sempre alerta. Apesar da felicidade estampada no rosto, todos os dias eram vividos com uma grande ansiedade. Ao final do dia o pensamento era sempre o mesmo “já só faltam x dias para terminar o primeiro trimestre…”.
Todas nós sabemos, ou porque nos dizem ou porque ouvimos dizer, que o risco maior de aborto só termina após o primeiro trimestre de gravidez. Ora eu quando descobri que estava grávida já ia na 5ª semana de gestação portanto só faltavam mais sete semanas até passar essa fase. E que sete semanas… Acredito que todas as mulheres tenham “medo” do primeiro trimestre mas acredito mais ainda que quem teve dificuldades em engravidar multiplique esse medo!!!
Por volta das 6 semanas começaram os enjoos, os vómitos matinais, o olfato mais apurado e a barriga a crescer. Quando fui a consulta o médico receitou-me logo ácido fólico, iodo, comprimidos vaginais de progesterona (para reduzir o risco de aborto) e… Nausefe! Os meus eternos aliados nesta luta dos enjoos e dos vómitos. Desde que eles apareceram na minha vida que tudo ficou muuuuuuuuito mais fácil e suportável. Passei a ter umas manhãs muito mais felizes, exceto quando lavava os dentes e arrumava a loiça suja na máquina. Bha!!!!! Era a pior coisa que podia fazer. Como deixar de lavar os dentes estava fora de questão, deixei de arrumar a máquina (passei essa tarefa para o marido) e fiquei ainda mais feliz.
Todas as noites, durante cerca de quatro semanas, parecia que tinha um pequeno monstro dentro da minha barriga. Durante a noite acordava cheia de cólicas, dores, barulhos, desconforto… eu sei lá! Parecia que algo dentro de mim ia rebentar a qualquer momento. Falei com o meu obstetra e percebi que todo aquele reboliço era os meus órgãos a mexer, a mudar a sua posição para o útero ganhar espaço para o bebé. Passei a não conseguir dormir tudo de seguida, a andar feita zombie pela casa durante a noite porque deitada as dores eram bem piores.
Outra coisa que mudou na minha vida foi o sono. A verdade é que sempre fui de dormir, quando digo dormir digo mesmo dormir, de me sentar no sofá a ver um filme e adormecer. Mas isso piorou… Ora se eu me aguentava, em dias de semana, acordada até às 23h passei a ficar acordada até às 21h. Chegava do trabalho e tinha que ir dormir. Na hora de almoço (eu almoço no meu local de trabalho com os meus colegas) era uma luta contra o sono. Pior ainda era fazer com que eles não percebessem que o meu sono era devido à gravidez, isto porque eu só contei que estava grávida depois das 12 semanas.
Fora isto, correu tudo na perfeição e dentro da normalidade. Às 12 semanas fomos fazer a primeira ecografia morfológica e as análises bioquímicas onde ficámos a saber que o bebé se estava a desenvolver muito bem e que o risco de ter alguma trissomia era reduzido. Não existe o fator “sem risco” de trissomia, mas pelo que o médico disse a probabilidade de ganhar o euro milhões é maior do que o bebé ter trissomia. Depois disto, é claro que suspiramos de alívio e pensamos “o pior já passou”!